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A Queda do Reino de Judá

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    Yahshurun - Herança de Yah
  • há 8 horas
  • 3 min de leitura

A Queda do Reino de Judá: Uma Crise Espiritual e Geopolítica


A queda do Reino de Judá representa um dos momentos mais dramáticos e decisivos na história antiga do povo de Israel. De acordo com o Antigo Testamento, os atos do rei Manassés de Judá, que "fez o que é mau aos olhos de Yahuh", teriam condenado todo o reino ao exílio e à escravidão.


Manassés: Entre a Fé e a Realidade Política


A suposta transgressão de Manassés residia em sua permissão para o culto politeísta entre as populações rurais, o que gerou forte oposição dos sacerdotes do Templo de Jerusalém, defensores ferrenhos do culto monoteísta a Hashem, o Yahuh dos Exércitos.

Contudo, registros assírios e achados arqueológicos oferecem uma perspectiva mais complexa. Manassés herdou um reino já fragilizado pela devastadora campanha militar do rei Senaqueribe da Assíria, a potência dominante do Oriente Médio na época. Diante da impossibilidade de confrontar os assírios, Manassés optou por estreitar laços com essa nação, inserindo Judá na lucrativa rota do comércio árabe fomentado pela Assíria. Essa estratégia visava a sobrevivência política e econômica, embora entrasse em conflito com as tradições religiosas mais ortodoxas.


A Ascensão da Babilônia e a Batalha de Megido


O cenário geopolítico continuou a mudar rapidamente. Durante o reinado de Josias, Rei de Judá, o faraó Necao II do Egito (Kemet), aliado do então decadente Império Assírio, avançou com suas tropas contra os emergentes exércitos da Babilônia.

Em 609 a.C., a Batalha de Megido selou o destino de Josias. O Rei de Judá tentou deter o exército egípcio de Necao II, mas foi tragicamente morto. Seu filho e sucessor, Joacaz, reinou por apenas três meses antes de ser levado prisioneiro, e o Reino de Judá tornou-se tributário do Egito. Necao II então impôs a coroação de Eliaquim, irmão de Joacaz, mudando seu nome para Joaquim.

O domínio egípcio, no entanto, foi efêmero. Em 605 a.C., a Batalha de Carquemis resultou na derrota definitiva de Necao II, reconfigurando o poder no Oriente Médio.


A Intervenção Babilônica e o Primeiro Exílio


Com o rápido declínio da Assíria, seu território foi absorvido pela crescente Babilônia. Foi então que Nabucodonosor II, Rei da Babilônia, empreendeu sua própria campanha militar contra Judá. Enfrentando pouca resistência, ele conseguiu entrar em Jerusalém em 597 a.C., levando consigo valiosos utensílios do Templo e o próprio rei Joaquim como prisioneiro.

Em seu lugar, Nabucodonosor estabeleceu Jeconias, filho de Joaquim, como Rei de Judá. Contudo, Jeconias, com apenas 18 anos, sofreu o mesmo destino de seu pai após um breve reinado de três meses e dez dias. Nabucodonosor, então, colocou no trono o tio de Jeconias, Zedequias.


A Rebelião de Zedequias e a Destruição Final de Jerusalém


Governando como vassalo da Babilônia, o Rei Zedequias manteve-se no poder por 11 anos. No entanto, sua rebelião contra Nabucodonosor – provavelmente pela recusa em pagar tributos – selou o destino final do reino.

Isso foi suficiente para que Nabucodonosor invadisse Jerusalém novamente. Desta vez, a cidade foi brutalmente saqueada: seus habitantes foram mortos, o Templo despojado de todos os seus bens e, finalmente, incendiado. Assim, o Reino de Judá deixou de existir, marcando o fim de uma era.


O Destino de Judá e o Cativeiro Babilônico


Após a devastação, apenas os mais pobres permaneceram no território de Judá. A vasta maioria da população que sobreviveu ao ataque de Nabucodonosor II foi levada às cidades do reino da Babilônia, iniciando o período conhecido como Cativeiro Babilônico.

Curiosamente, este período de exílio forçado estimulou um profundo sentimento de identidade racial e religiosa entre o povo de Judá (Yahudah). É no relato bíblico deste período, entre a conquista de Jerusalém e a posterior conquista da Babilônia por Ciro II, que o termo "judeu" começa a ser utilizado de forma consistente para identificar o povo de Judá, ou aqueles de mesma etnia e fé. A nação judaica conseguiu sobreviver, retornando eventualmente à Palestina para repovoar a província persa de Judá (Yehud), mais tarde conhecida como Judeia pelos romanos.

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Sociedade Histórica Yahshurun | Fundador Yahukhanan Menatseach Immanuyahu Yahudah Yahshurun

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